sábado, 14 de novembro de 2015

Frankenstein (Filme) CFC #1

Você gosta de ficção cientifica? Eu adoro! Há um tempo, o site io9 postou uma matéria (50 Brilliant Science Fiction Movies That Everyone Should See at Least Once, ou 50 Filmes Brilhantes de Ficção Cientifica Que Todos Deveriam Assistir, em uma tradução bem livre). A lista indica os maiores filmes de sci-fi já feitos, que segundo o site, todo amante desse estilo de cinema deveria assistir, passando por filmes do início do cinema, como Metropolis, de 1927, até filmes mais atuais como o recém lançado The Martian (Perdido em Marte). 


Eu resolvi assistir (ou reassistir, em alguns casos) esses filmes, então, toda sexta-feira, eu vou escrever aqui sobre um filme (e resolvi chamar isso de CFC, ou Clássicos da Ficção Cientifica porque sim). O primeiro da lista é Metropolis, mas eu não consegui encontrar, então pulei para o segundo da lista, Frankenstein.

O filme é de 1931, brilhantemente dirigido por James Whale, e produzido por Carl Laemmle, contando com atuações de Colin Clive, Mae Clarke, John Boles e Edward Van Sloan.


Em maio de 1816, Mary Godwin, Percy Shelley e seu filho viajaram para Genebra, acompanhados de Lord Byron, um famoso poeta, e Claire Clairemont. Alugaram uma casa na margem do Lago de Genebra. Foi nessa época que passou a se chamar Mrs. Shelley. Os dias naquela época do ano eram chuvosos, e não eram raras as ocasiões que todos passavam o dia inteiro dentro da residência.  Essa permanência no interior da casa, dava a oportunidade para longas conversas sobre diversos assuntos. Em algum momento, o grupo se percebeu em uma conversa filosófica sobre as experiências do filósofo natural e poeta Erasmus Darwin (avô de Charles Darwin) sobre animação de matéria morta e galvanismo (a teoria em que o cérebro dos animais, incluindo o ser humano, produz eletricidade, que é transferida por nervos e acumulada nos músculos, o que permite o movimento dos membros), e sobre a viabilidade de retornar à vida um cadáver ou partes isoladas do corpo. A conversa se estendeu por muitas horas. Além dessas conversas, os amigos também liam historias de fantasmas alemãs ao redor da lareira. Logo, Lord Byron sugeriu que cada um criasse um conto sobrenatural. Mary recordou-se do diálogo sobre Darwin e criou o primeiro esboço sobre o Dr. Victor Frankenstein.

O que Mary pensou se tratar apenas de um curto conto, logo se mostrou ser um romance completo, e influênciada por seu marido, em 1818, ela publicou Frankenstein: or, The Modern Prometheus. O livro se tornou um dos mais aclamados livros de terror, e continua atual até hoje.

O filme de 1931 não é a primeira adaptação cinematográfica da obra clássica sobre o cientista que desafia as forças da natureza, mas é a mais icônica. A versão de Boris Karlof do "monstro" criado por Victor é tida como a imagem definitiva da criação de Frankenstein, além de responsável pela criação do esteriótipo do "cientista maluco".


Logo no começo do filme, um senhor nos apresenta os riscos de assistir ao filme, que segundo o mesmo, é baseado em fatos reais. O filme de 1931 foi um dos primeiros, senão O primeiro, a apostar no falso caso real nas telonas. Alguns anos depois, em 1938, Orson Welles utilizou o mesmo recurso na transmissão de sua radionovela Guerra dos Mundos, causando pânico na costa leste do Estados Unidos. 


Victor Frankenstein é filho do barão mais rico da cidade, tem uma carreira brilhante na faculdade, como pesquisador, e está noivo de uma bela mulher... enfim, tem tudo que um homem normal poderia querer. Porém ele se interessa por experimentos considerados "incomuns". 

Victor tem uma estranha fixação por experimentos que visam reanimar corpos, no início, ele usa corpos de animais, mas logo se vê utilizando corpos humanos. A partir desse momento, ele começa a exigir corpos em melhores condições na universidade, na verdade, ele precisa de corpos recém desanimados e sem ferimentos que interfiram no cérebro.  O reitor da universidade, para a infelicidade do doutor, não têm como conseguir corpos em tal estado. 

O cientista, então, é tomado por uma onda de loucura, e se muda para uma residência afastada nos arredores da cidade, onde têm total autonomia para fazer seus experimentos. Com a ajuda de seu assistente, ele procura corpos nas forcas e cemitérios da cidade, porém, o cérebro de nenhum deles está utilizável. A solução? roubar um cerébro na universidade. Porém, seu assistente deixa o cerebro cair no chão, e acaba pegando o de um assassino.


Após algum tempo "montando" seu monstro, o doutor finalmente conclui seu trabalho, e com a ajuda de uma tempestade de raios, a criatura ganha vida! A cena em que o médico percebe que sua criatura está viva é uma das mais icônicas do cinema, e se tornou até meme.




Mas nem tudo são flores. A criatura se mostra cruel e violenta, e Victor é obrigado a mantê-lo encarcerado. O pai e a noiva de Victor estão preocupados com ele, e se reúnem até a propriedade para tentar "recuperá-lo". Após a criatura matar sem dó nem piedade o carrasco de Victor, ele volta para sua vida normal e organiza seu casamento com a bela noiva. O reitor da universidade fica com a missão de matar a criatura, que passa à frente dele e o mata.

A criatura foge da casa e sai vagando à procura de Victor, no dia de seu casamento, mas não sem antes matar uma garotinha numa bela cena, em frente a um lago.


Depois de matar a garotinha, ele acha a casa de Frankenstein e machuca sua noiva. A cidade toma conhecimento do assassinato e se une para encontrar o monstro. O fim do filme eu não quero contar, ele é facil de encontrar e tem menos de uma hora de duração.

É um filme que faz jus ao nome. A direção é muito boa, o trabalho com as câmeras é de vanguarda, as atuações são maravilhosas, a maquiagem do monstro é perfeita, e além de não ter lido o livro eu achei o roteiro muito bom. Dei 9 estrelas de 10. A cotação no IMDb é 8/10 e no Rotten Tomatoes tem 100% de aprovação. Eu assisti a versão de 1910 que tem uns 15 minutos, ele tem algumas diferenças e apela mais para o lado emocional, e a criação do monstro é muito legal, eu não sei como conseguiram fazer aquela cena em 1910, mas ficou muito boa. Existe uma versão de 1994, com Robert De Niro, tem notas bem ruins, e eu não assisti (por preguiça, e falta de tempo). Há ainda um filme de 1974, Jovem Frankenstein, que é uma sátira de terrir, misturando horror e comédia. 

Fica a dica, então, para assistir esse clássico do terror. 











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