Olá pessoas, sou novo aqui no blog e para minha estreia
escolhi resenhar sobre um dos meus livros favoritos do ano “Agência de
Investigações Holísticas Dirk Gently” de Douglas Adams.
Douglas é mundialmente
famoso por sua magnum opus “O Guia do
Mochileiro das Galáxias” e por sua capacidade de escrever histórias hilárias,
inusitadas e com um quê de ironia, porém o Mochileiro não foi sua única obra de
respeito.
Durante a década de 80, quando escrevia episódios para
“Doctor Who”, outro ícone britânico de ficção científica, Adams criou as
principais nuances de Dirk Gently, um dos personagens deste livro.
Douglas Adams morreu em 2001, deixou dois volumes contando
as aventuras deste detetive um pouco incomum, as vezes irritante, mas sempre
carismático.
Sinopse:
Richard MacDuff é um engenheiro de computação
perfeitamente normal que sempre se comportou muito bem, obrigado, até o dia em
que deixa uma mensagem equivocada na secretária eletrônica de sua namorada,
Susan Way. Arrependido, toma a decisão mais natural possível: escalar o prédio
dela e invadir seu apartamento para roubar a fita com a gravação. Na
vizinhança, Dirk Gently bisbilhota os arredores com seu binóculo quando
presencia o ato tresloucado do antigo colega de faculdade e decide entrar em
contato para lhe oferecer seus serviços investigativos. Depois de uma série de
acontecimentos bizarros, o detetive percebe uma interconexão obscura entre a
atitude estapafúrdia do amigo e o assassinato de Gordon Way – irmão de Susan e
chefe de Richard, que passa a ser suspeito do crime. De uma hora para outra, os
dois veem-se envolvidos num caso incrivelmente estranho, com elementos díspares
e desconexos que, no final, conseguem se encaixar de forma perfeita e construir
uma trama típica de Douglas Adams.
Ficha Técnica:
Título: Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently
Autor: Douglas Adams
Páginas: 240
Ano: 2015
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção Científica, Ficção Inglesa
Gênero: Ficção Científica, Ficção Inglesa
Minha avaliação:
O livro começa nos apresentando
quatro cenários absolutamente diferentes que a princípio não parecem ter nada a
ver um com o outro: um lugar desolado feito de lama, um mundo onde as pessoas
automatizaram tudo inclusive o ato de “acreditar”, Londres e o colégio
ficcional St. Cedds de Cambridge (que aliás já apareceu em outra obra do autor,
Doctor Who: Shada).
O personagem que empresta o nome
ao título do livro só aparecerá em pessoa lá pela página 91, antes disso somos
introduzidos a vários outros personagens cativantes e até um pouco
excêntricos, os destaques vão para: Richard MacDuff, que apesar de ter estudado
Língua Inglesa se apaixonou pela computação e pela música; Gordon Way, dono da WayForward Technologies; Susan Way,
namorada de Richard, irmã de Gordon Way e violoncelista talentosa; Michael
Wenton-Weakes, ex-dono da revista Fathom;
e Professor Urban Chronotis, que com mais de 200 anos (sim, você leu certo)
ocupa a Cadeira de Cronologia da Universidade de Cambridge, criada por George
III. Uma curiosidade sobre esse último
é que ele era originalmente um personagem de Shada, citado anteriormente, e foi reusado nos livros do detetive Gently.
Toda a obra gira em torno da
investigação do assassinato misterioso de Gordon Way. Enquanto a polícia só
quer saber de achar o culpado, Dirk quer entender de fato o que aconteceu e
buscar explicações sobre acontecimentos bizarros, aparentemente sem ligações
com a tragédia, que se seguiram naquela noite.
Destaco como um dos pontos
principais do livro a abordagem simplificada de teorias quânticas, usando, por
exemplo, o famoso “Gato de Schrödinger” em um dos diálogos entre Richard e Dirk.
Outra coisa que permeia todo o
livro e que é fantástica, é o holismo, defendido arduamente por Dirk Gently que
inclusive tem uma agência de investigações particulares baseada nessa ideologia (daí o título
do livro). Essa basicamente é a ideia de que a explicação está no “todo”, e que
para se entender um fato devemos analisar sua completude, e não suas partes
isoladamente.
Agência de Investigações
Holísticas Dirk Gently me pareceu confuso no início, mas à medida que avancei
por suas páginas percebi que, como defende Gently, o “todo” faz todo o sentido,
por mais estranho que possa parecer olhando apenas o “detalhe”, e quando chegar
ao final você vai querer voltar ao início e ler tudo de novo.
Cheio de piadas inteligentes,
reflexões sobre a vida, referências a cultura pop, este livro é definitivamente
um dos melhores que li no ano.
Acredito que o melhor resumo do
livro é o feito pelo próprio autor: “um colossal épico cômico musical romântico
policial de horror sobre viagens no tempo, fantasmas e detetives”, e tomo a
liberdade de acrescentar ainda o adjetivo “surpreendente” a essa lista.
Só não levou 5 estrelas porque eu demorei a engrenar no livro, mas isso ocorre só por umas 25 páginas, a partir daí não consegui parar de ler.
É o primeiro de dois
volumes, mas o único com edição em português. Estou louco para ler o segundo: The Long Dark Tea-Time of the Soul.
Curiosidade:
Este livro baseou o piloto da série “Dirk Gently”, que foi ao ar em 2010 pela BBC Four e ganhou mais três episódios em 2012.
E você? Já leu essa excelente obra de Douglas Adams? O que achou? Se
não, pretende dar uma chance?
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